Não há sombra na imensa planura Onde brilha a espiga que dará vida, Tisnada pelo sol encherá de fartura A côdea de pão com suor revestida. À sombra dos lenços que cobrem o rosto Usados como túnica na charneca ardente, Labuta a ceifeira pelo pão com gosto Que a alimenta na tristeza sempre presente. Nascido da terra que lhe deu o sustento Agarra-se às rudes mãos o trigo alourado A saliva empapa servindo de alimento E escalda o corpo pelo calor queimado. Mistura-se o infortúnio com a solidão Na desdita impressa no íntimo da alma Da ceifeira que espera uma amiga mão Que a conduza a um mundo de paz e calma. Sobre o dorso vergada o dia inteiro Num desumano esforço de tortura, Procura enfrentar com ânimo derradeiro A lenta caminhada que ruma à sepultura. |
quarta-feira, setembro 21, 2005
A CEIFEIRA
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