segunda-feira, outubro 24, 2005

RIO ZÊZERE

Ora se diverte nos socalcos da serra,
ora se espraia em pleno abraço,
ora estruma o lodeiro que encerra
o pão da vida que enche o regaço.

Ora murmura docemente nas areias,
ora saltita pelas rochas limadas,
ora se mostra arrogante e sem peias,
caindo em cascata das alcantiladas.

Ora se aperta em garganta estreita,
ora se sorri com renovado alento,
ora se aquece com sol que espreita
entre pinheiros abanados por vento.

Ora cintila em espelhado lago,
ora perfuma suas águas cristalinas,
por fim, entrega-se com terno afago,
nos braços de prados e de campinas.

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