sábado, abril 09, 2005

SINFONIA DE LABAREDAS

Sinfonia de labaredas
lambe os altos pinheiros
e engole o brilho esmeraldino,
transformando-o em braseiros.
No negrume das serras
arde o corpo e a alma
num altar de cinzas
deixadas pelas chamas,
onde o vento sussurra
por entre nus penedos.
Soluça o pinhal requiems
com brados cheios de dor,
cai nas chamas a vida
e afunda nos escombros
consumida pelo horror.
Secam nas serras as fontes
que alimentavam ribeiros,
morre a floresta queimada
no fogo ardente perdida
em dias de angústia e cinza
pelos valados e outeiros.


José Rafael

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