Na planície semi-deserta e quente onde a dureza é pão de cada dia, quanta angústia se expressa e sente nos tristes cantes cheios de melodia. O sol aquece a charneca despida, torrando a terra e tisnando o rosto, verga-se a razão ao peso da vida na ceifa diária d'um pão sem gosto. Garaganta seca e olhos lacrimejantes regam a terra de ardentes fornalhas, pela fadiga vergado e suores constantes, sonha venturas, vencendo batalhas. As palhas ceifa do trigo alourado, enchendo de fardos o calcinado chão, fica a charneca com um tom torrado, despida de trigo e envolta em solidão. Exausto e cansado pela dura labuta, olha com saudade a planície imensa o homem que não verga e insiste na luta de desbravar a charneca agreste e extensa. |
Sem comentários:
Enviar um comentário