Já não voa a andorinha pequenina
Que os ares alegrava com graça
Quebraram-lhe a asa franzina,
Jaz ferida de morte na praça.
Seu encantador trinado e chilreio
Morreu estrangulado pela dor
E as belas tardes de enleio
Desventuradas perderam brilho e cor.
No voo cheio de grácil melodia,
Cortando o primaveril aguaceiro
Cantava enamorada de alegria
Na construção do seu lar primeiro.
Já não geme a guitarra afã
Seu trinado também se perdeu,
Calou-se uma voz amiga e irmã
E com saudade da andorinha morreu.
Mais pobre ficou a primavera
Por ter perdido algum encanto
Morreu a andorinha que era
O arauto que alegrava com canto
Os campos cheios de quimera
Que no silêncio calaram o pranto.
segunda-feira, outubro 24, 2005
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1 comentário:
Caro amigo,
Gostei tanto do seu poema que tomei a liberdade de o colocar numa página do meu site pessoal dedicada à história de uma andorinha no japão, tal como pode ver aqui: http://www.novaera-alvorecer.com/a_morte_da_andorinha.htm
Espero que não leve a mal, pois respeitei a sua autoria e faço referência ao seu Blog.
Um abraço
Rui Palmela
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